sábado, 15 de janeiro de 2011

Montagem

Tendo esperado 24 anos por este privilégio e há mais de 10 anos à espera de uma decisão da minha consciência, decidi montar um Snow Cat. Não é o exclusivo do Toys R Us de 2003, mas o "verdadeiro", o original de 1985 nos EUA e que chegou a Portugal com a 1ª colecção em 1987.


Sacrilégio, dirão muitos, sendo que o valor de um veículo destes selado é 5 vezes superior ao resultado da minha profanação. Mas este era o momento. Tendo mostrado aqui tantas razões que formam a minha opinião quanto à superioridade desta marca, faltaria sempre mostrar efectivamente a diferença entre o passado e o presente no que toca à montagem de um brinquedo de culto.


Quando retirávamos o conteúdo da caixa, além da figura de acção e dos acessórios da mesma (quando existiam), o nosso veículo assemelhava-se a um kit de modelo. Estávamos em 1987 e os aviões de montar, carros e barcos eram presenças muito comuns no mercado. Muito procurados até pelas crianças. A Hasbro soube explorar isso com sapiência.  


Uma primeira leitura oblíqua das instruções e uma olhadela para as peças serviam para verificar se tudo estava presente. Como se pode ver, muitas das peças vinham em "árvores" de plástico. E embora as diferentes partes fossem facilmente removidas, os restos de plástico que vinham agarrados, embora não fossem notórios, podiam ser removidos com um x-acto (ou um bisturi para os mais modelistas) para que as superfícies ficassem suaves. O resultado era um grupo maior ou mais pequeno de peças prontas a integrar o veículo.


Era chegado o momento. Iniciar a montagem. A cada peça que encaixava na perfeição (como era apanágio dos veículos até finais dos anos 90) só temia que algo se partisse, uma vez que este Snow Cat estava guardado há quase uma dúzia de anos. Mas o plástico de boa qualidade esteve à altura da sua fama. 


Quando o chassis encaixou no topo superior e comecei a ver o "gato da neve" a ganhar a sua forma característica, não pude deixar de sorrir com a nostalgia. Lembro-me bem de olhar para o catálogo e em vão, procurar nas lojas. Este é outro dos meus favoritos de sempre.


O próximo passo era a montagem dos torpedos e encaixe dos mísseis. Finalmente, a aplicação dos autocolantes. Esta é a versão original (G.I.Joe). A versão que chegou a Portugal em 1987 era Action Force. Em termos de autocolantes, curiosamente, a versão "europeia" era imensamente superior. Os autocolantes eram de maior qualidade e durabilidade. Os autocolantes de 1985 deste Snow Cat são um autêntico desastre. A cola abandonava a parte de contacto e expandia para fora, dando um aspecto horrendo de contraste com a imaculada área a que se destinava. Enfim, detalhes.


 O "Gato" estava pronto. E não eram os autocolantes que me iriam estragar a festa. Este veículo, com capacidade para 10 figuras, é uma imagem perfeita da razão que me fez estar aqui, mais de duas décadas volvidas, a apreciar em silêncio e calma aparente... uma jóia.


Tudo neste veículo é demonstrativo da era e intemporalidade desta colecção. As peças são funcionais e não só de decoração. Depois da montagem, torna-se um brinquedo robusto e durável. Pronto para aventuras e campos de batalha. Preparado para enfrentar os Cobra


Na cabine, e para gáudio dos leitores, o condutor incluído com este veículo, Frostbite.


Especializado em condução de veículos a motor e de blindados, viveu toda a sua vida em meios gelados e áridos. Ingressando no exército, teve treino de armamento ligeiro e mecânica. Um sobrevivente e um precioso membro dos G.I.Joe.

 

1 comentário:

  1. Bem visto.
    De facto abundavam, na década de 80, os kits no mercado. Pena é, que hoje em dia, tenha-se perdido um pouco.
    Saudades dos GI-JOE

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